domingo, 31 de agosto de 2008

SS

Voltei mesmo sem ter ido. Apesar de aqui existir um silêncio que destrói minhas vísceras com agulhas que se banham em pimentas, mais vermelha que ... o mar, faço aqui minha paragem.
Cá estou, pois descobri onde existo e contar-lhes-ei.
Estou onde ele me escreve. Só me fui eu dessa forma depois que algumas linhas foram descritas com letras primárias, ou digitalizadas, não importa.
Mas agora tenho a quase consciência, talvez ébria, de quem posso ser, um rascunho, um rabisco, um bilhete qualquer e já sei quem o escreve.
Apesar disso não me sou escrava, sou personagem que tem páginas em livros tantos e outros, até por demais empoeirados. Se pudesse, então, me desdobrar para todas essas fábulas, das quais faço parte, em um mesmo instante, acredito que de tanto amor o levaria para os capítulos em que mais fui feliz, mesmo que em fragmentos de duração. Levaria-o não como escravo, mas como personagem a comigo multiplicar.
Criaríamo-nos.
Assinaríamos como um encontro consonantal, um dígrafo SS.
Como inteligentes são. Duas letras, um som ... separam-se quando necessário, cada qual formando uma sílaba, sabem do espaço, sabem da distância mesmo que por um hífem, e mesmo assim um único som.
SS.

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